Porque as comunidades pagas mudaram a minha percepção sobre a forma com que aprendemos

Beatriz Modolin
Hubla
Published in
4 min readJun 25, 2021

--

Eu já tinha lido muito a respeito da tão popular “passion economy”, que vêm movimentando a economia e o mercado de trabalho ao permitir que pessoas transformem suas paixões em negócios de verdade, mas só nos últimos 3 meses que eu pude entender na prática como ela funciona.

Em março aceitei um novo desafio, liderar o time de marketing da ChatPay, uma plataforma que permite que criadores de conteúdo cobrem pela entrada e automatizem a gestão de membros em seus grupos de WhatsApp e Telegram.

Esse universo ainda era desconhecido para mim, por isso dediquei uma boa parte dos últimos 3 meses para entender quem são esses criadores e o que eles fazem para ter grupos com receitas impressionantes — alguns faturam mais de R$800.000 por mês.

Depois de muitas conversas e de participar de diversos grupos de assuntos totalmente diferentes, aprendi algumas coisas:

1. Grupos pagos são muito mais eficientes do que cursos online

Com o surgimento de soluções para distribuir conteúdos online, ficou cada vez mais comum encontrar influenciadores ou especialistas criando os seus próprios cursos online.

O problema é que o sucesso de qualquer método de aprendizado depende de um fator determinante, o hábito. A maior parte desses cursos segue um formato tradicional onde o aluno recebe acesso à uma série de aulas gravadas e conteúdos de apoio.

Assistir todas essas aulas requer disciplina e com poucas ou nenhuma interação com outras pessoas, falta motivação para seguir com o curso e a maior parte das pessoas acaba desistindo. As taxas de completude de cursos digitais são baixíssimas, podendo chegar a índices menores que 5%.

No caso dos grupos pagos, a história é diferente. Conversei com muitas pessoas que decidiram adaptar o conteúdo das suas aulas para aplicativos de mensagens, criando um misto de aulas e mentoria e conseguiram ótimos resultados.

Nos grupos é possível entregar seu conteúdo aos poucos, o que gera uma sensação de expectativa, convidando os alunos a sempre voltarem para ver o que foi publicado no dia seguinte. Além disso, você tem acesso direto ao seu mentor/ professor, que interage diretamente com os membro.

A interação entre os membros é outro ponto fundamental. Nos grupos eles compartilham impressões, experiências e aprendizados. Isso acaba se tornando um dos ativos mais valiosos do grupo e que retém os membros por mais tempo, já que eles não querem deixar de fazer parte desse grupo já consolidado.

O que me leva ao próximo ponto.

2. Comunidades são muito poderosas

É natural do ser humana a necessidade de pertencer. Desde que nascemos aos poucos vamos integrando diferentes comunidades, nossas famílias, escola, trabalho e tantas outras que vamos encontrando ao longo da nossa vida.

Em qualquer comunidade sempre existe uma troca e toda troca significa aprendizados. No geral, todos temos algo a ensinar e algo a aprender.

O poder das comunidades está justamente no valor das nossas relações, elas nos trazem acolhimento e nos aproxima de pessoas com quem nos identificamos.

Fiquei impressionada ao descobrir, por exemplo, que dentro de um grupo de apoiadores de um podcast, vários subgrupos, criados pelos próprios membros foram surgindo: aulas de inglês, de bordado, clube do livro e até mesmo uma espécie de Tinder. Em outros grupos, os membros se uniram para abrir negócios ou desenvolver produtos em parceria.

O fato é que essas relações estabelecidas dentro desses grupos criam raizes profundas e esse valor é maior do que qualquer aprendizado. É isso que faz com que as pessoas continuem ativas nesses grupos, todos os meses, gerando uma receita recorrente.

3. Grupos pagos podem transformar vidas

Todas as minhas conversas com criadores foram inspiradoras, mas o mais incrível foi entender que criamos um produto que pode transformar vidas.

Não foram poucos os casos de pessoas que precisaram se reinventar durante a pandemia. Um dos nossos criadores, por exemplo, é professor de violão e com o lockdown perdeu todos os seus alunos. Ele decidiu criar um grupo pago, onde ensina violão básico. O grupo é um sucesso e hoje ele fatura mais do que antes.

Uma outra história que me comoveu foi a de um centro espiritualista sem fins lucrativos que promovia aulas de teologia e revertia toda a renda das aulas em doações de cestas básicas. Com o início da pandemia, levaram o curso para a Plataforma da ChatPay e em 3 meses conseguiram arrecadar 15 toneladas em cestas básicas, mais do que eles tinham arrecadado no ano anterior inteiro. Agora, através da plataforma, eles também vão criar cursos profissionalizantes para jovens que deixaram de estudar e ainda não ingressaram no mercado de trabalho, para que eles tenham uma nova oportunidade.

Os aplicativos de mensagens são os mais utilizados pelos brasileiros. O WhatsApp está presente em 98% dos smartphones. Quando conseguimos levar conhecimento por esses canais estamos fazendo uma revolução, não só entregando novas oportunidades profissionais, mas tornando o conhecimento muito mais acessível.

4. O mais importante — Trabalhar com o que ama realmente faz toda a diferença

No fim do dia, o conceito da economia da paixão parece mesmo funcionar. Uma coisa que ouvi de todos os criadores de maior sucesso da plataforma foi:

“se você realmente ama o que faz e trabalha com a sua verdade, seu negócio vai dar certo!”.

Pode parecer um discurso batido, mas esse movimento permitiu que a criatividade fosse monetizada e a tendência é que essa economia continue crescendo. Aqui na ChatPay estamos trabalhando para construir um futuro onde o valor de cada habilidade e conhecimento individual seja reconhecido e garantir que eles sejam apresentados para um grande número de consumidores, criando comunidades apaixonantes.

--

--